Esperança para os diabéticos! Pesquisadores descobriram que o baricitinibe, um remédio usado para artrite, pode frear a diabetes tipo 1. A descoberta pode levar a um dos primeiros tratamentos na forma de comprimido contra a doença, ou seja, com menos picadas.
Os primeiros testes em humanos foram realizados pelo Instituto de Pesquisa Médica de São Vicente (SVI), da Austrália. Ao todo, a equipe monitorou a produção de glicose no sangue e ínsula de 91 participantes ao longo de um ano. 60 receberam o baricitinibe e 31 o placebo.
“Quando o diabetes tipo 1 é diagnosticado pela primeira vez, ainda existe um número substancial de células produtoras de insulinas. Queríamos ver se conseguimos proteger uma maior destruição destas células pelo sistema imunitário. Mostramos que o baricitinibe é seguro e eficaz no retardamento da progressão em pessoas recém diagnosticadas, disse o professor Thomas Kay.
Como funciona
Pelo procedimento padrão, pessoas com diabetes tipo 1 dependem de insulina administrada por injeção ou bomba de infusão.
“Nosso estudo mostrou que, se iniciado precocemente após o diagnóstico, e enquanto os participantes permaneceram sob a medicação, a produção de insulina foi mantida. As pessoas com diabetes tipo 1 no estudo receberam o medicamento e significativamente menos insulina para o tratamento”, explicou o professor.
A tese adotada pelos pesquisadores é de que o medicamento usado para combater artrite, reduz de forma semelhante a resposta imunitária que é montada contra as células produtoras de insulina em pessoas com diabetes tipo 1.
Assim, é possível atrasar o início dos sintomas completos da doença e reduzir o potencial de efeitos prejudiciais a longo prazo.
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Resultados promissores
O ensaio humano foi randomizado. Os participantes foram divididos em dois grupos e ao longo de um ano, um grupo fez uso do baricitinibe, enquanto o outro tomou placebo.
Todos os participantes tinham entre 10 e 30 anos de idade e haviam sido diagnosticados com diabetes tipo 1 dentro de 100 dias.
Ao final da pesquisa os resultados surpreenderam. A dose diária de insulina para aqueles que tomaram o medicamento, foi bem menor.
“Estamos muito otimistas de que este tratamento estará clinicamente disponível. Esta seria uma grande mudança na forma como o diabetes tipo 1 é tratada e acreditamos que se mostra promissora como uma melhoria fundamental na capacidade de controlar a doença”, disse a professora e líder do ensaio clínico, Helen Thomas.
O manejo da diabetes tipo 1 na vida dos pacientes é extremamente oneroso porque exige o monitoramento meticuloso da glicose e administração de insulina dia e noite.
Com os resultados apresentados com o uso do baricitinibe, isso pode ser mais controlado.
A pesquisa é muito promissora e os profissionais comemoram.
“É extremamente emocionante para nós sermos o primeiro grupo em qualquer lugar do mundo a testar a eficácia do baricitinibe como um potencial tratamento para diabetes tipo 1”, contou Thomas.
Com informações de Eureka Alert.