A união de mineiros tem ajudado a restaurar parte da Floresta Amazônica, que acabou muito danificada com exploração do ouro na região de Madre de Dios, no Peru. E hoje eles comemoram o verde e a vida que novamente se forma no local.
O projeto começou há três anos e passou a colher frutos agora em 2024, quando a copa da floresta já está coberta novamente e a vida silvestre voltou a habitar o local.
E para os trabalhadores voluntários envolvidos, tem sido uma festa ver tudo florescendo depois de tanto tempo. “É bom ver a floresta crescer novamente”, diz Pedro Ynfantes, 66 anos, mineiro da região e que atua no reflorestamento da Amazônia peruana.
Mercúrio foi o grande vilão
Pedro explica que o causador dos maiores problemas encontrados na flores foi o mercúrio.
Na época a qual a exploração era feita, os mineiros ilegais que trabalhavam na região, utilizavam muito mercúrio para separar o ouro dos sedimentos.
Esse excesso danificou muito o solo e fez com que a vegetação morresse em larga escala.
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Trabalho em grupo
Vendo que o desmatamento trouxe consequências para os moradores da região, Pedro e outros mineiros se uniram em uma missão grande, mas a força de vontade deles era ainda maior.
“Não queremos desmatar. Quando tivemos a oportunidade de deixar a floresta voltar a crescer, aproveitamos. É muito melhor assim”, explicou.
A oportunidade a que ele se refere surgiu através da organização sem fins lucrativos norte-americana Pure Earth.
A ONG trabalha com comunidades em todo o Sul Global para remediar problemas ambientais deixados pela mineração, grande parte dela ilegal.
Restauração planejada
Foi criado um plano de ação que realmente funcionasse.
A primeira fase incluiu a restauração do solo, que estava bastante poluído pelo mercúrio.
Posteriormente, mudas de árvores específicas foram escolhidas para serem cultivadas.
Esforço trouxe vitórias
Para France Cabanillas, coordenador local da Pure Earth, o trabalho esforçado dos mineiros trouxe muitas vitórias e uma delas é ver parte da floresta restaurada e viva novamente.
No entanto, o ambientalista reforça a importância do trabalho que ainda precisa ser feito.
“Ainda temos muito a fazer, mas este piloto está indo bem”, disse France.
“Estamos oferecendo-lhes uma cenoura [pedaço de terra para cuidar], permitindo-lhes remediar os seus próprios impactos. Muitos dos mineiros não querem destruir a floresta tropical”, reforçou.
Agora, três anos depois, o mineiros comemoram muito.
“Queremos trabalhar com responsabilidade, pelo meio ambiente e pela saúde, por isso é um sentimento de satisfação”, diz Khaled Celadita, 26 anos, outro mineiro envolvido no projeto.
“Estamos orgulhosos de poder fazer isso e, esperamos, dar o exemplo para os outros mineradores.”
Com informações de NPR.