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Caio Bonfim conquista prata nas Olimpíadas; supera preconceito e humilhações
2 de agosto de 2024
- Renata Dias
Com a Torre Eiffel de cenário, Caio Bonfim conquista a prata na marcha atlética e lembra do preconceito e das humilhações que sofreu. Campeão! Foto: COB
Com a Torre Eiffel de cenário, Caio Bonfim conquista a prata na marcha atlética e lembra do preconceito e das humilhações que sofreu. Campeão! Foto: COB

Aos 33 anos, Caio Bonfim conquista a prata na marcha atlética nas Olimpíadas e lembra que sua primeira grande vitória foi superar o preconceito e as humilhações por causa da modalidade. Na sua quarta participação em Olimpíadas, ele luta por patrocínio e apoio financeiro.

“Tem de ter muita coragem para viver de marcha atlética e hoje sou medalhista olímpico”, desabafou Caio Bonfim, que vem de uma família de marcha atlética: a mãe Guianetti, ex-atleta, e o pai João Sena é seu treinador.

O brasileiro conquistou a prata na marcha atlética de 20 km, tendo a Torre Eiffel de cenário. A conquista é inédita para o Brasil.  O ouro foi para Brian Daniel Pintado, do Equador, e o bronze para Alvaro Martin, da Espanha.

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Superação, palavra de ordem

Emocionado, Caio Bonfim lembrou dos tempos de criança, quando o pai o chamava para treinar “porque tinha talento” e, ele não queria ir. Contou que evitava porque era “xingado” e ouvia piadas.

Na marcha atlética, é preciso “caminhar” de tal maneira que se mantenha o contato com o solo com, pelo menos, um dos pés. A perna que avança tem de estar reta, não pode dobrar, então a impressão é que a pessoa rebola.

Apesar do preconceito e das humilhações, Caio Bonfim jamais desistiu, muito pelo contrário. Com apoio da família, organizou um grupo de marcha atlética em Sobradinho, na região administrativa de Brasília, e o grupo agora treina junto.

“Mudou muito, quando olho para atrás. A buzina agora é de apoio”, contou ele, em entrevistas. “É um trabalho de uma vida”, acrescentou o atleta, recordando que tem muitas inspirações para seguir, como Joaquim Cruz, ouro Nas Olimpíadas de Los Angeles de 1984.

Tradição mantida

Com a mãe ex-atleta da marcha atlética e o pai treinador, Caio foi estimulado desde cedo ao esporte. A família envolvida com a modalidade criou o Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO), na cidade do Distrito Federal.

É o projeto social atende 200 crianças e jovens. Dali, saíram talentos, como Gabriela Muniz e Max Batista, que também foi para as Olimpíadas – ficou em 39º.

Para manter a tradição, Caio Bonfim faz o mesmo com os filhos Miguel, de 5 anos, e Théo, de 2. Ambos acompanham a turma e demonstram ter talento!

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Apoio nas redes sociais

Nas redes sociais, os brasileiro são só orgulho que ignorou quem o olhava torto e seguiu adiante. A reação dos internautas ao desabafo de Caio Bonfim falando do que superou para estar nas Olimpíadas foi imensa.

“Ser machador principalmente no Brasil não é pra qualquer um. GIGANTE”, disse um seguidor.

Outra condenou o preconceito. “Triste é a ignorância alheia ver um atleta treinando e ainda ter as coragem de ir xingar o cara”, afirmou

Para um internauta, o que importa é a perseverança. “Um guerreiro! Nada vence a persistência.”

Um seguidor lembrou que a história de Caio Bonfim não é diferente da de muitos atletas brasileiros.

“A maioria dos atletas brasileiros treina em condições precárias e abandonados pelo próprio bairro, cidade, estado e país. É triste”, reagiu.

Caio Bonfim, você é campeão! O Só Notícia Boa tem orgulho de você.

Ao lado da mãe Gianetti, o medalhista de prata nas Olimpíadas, Caio Bonfim fala da superação do preconceito e das humilhações. Foto: Olympics Oficial
Ao lado da mãe Gianetti, o medalhista de prata nas Olimpíadas, Caio Bonfim fala da superação do preconceito e das humilhações. Foto: Olympics Oficial

 

 

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