O Brasil atingiu um feito histórico na medicina: realizou a primeira cirurgia para prevenção do acidente vascular cerebral (AVC). O procedimento usa ondas de choque e o paciente recebe alta em menos de um dia.
Nunca antes realizada no país, a cirurgia foi feita dia 8 de agosto no hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), em uma paciente que já havia sofrido um AVC. Chamada de litotripsia intravascular, a técnica usa um cateter com balão para destruir placas de gordura e cálcio nas artérias carótidas.
“É um procedimento mais efetivo para placas complexas e de difícil tratamento, e que pode reduzir a chance de um AVC”, disse o médico do Serviço de Cirurgia Vascular Periférica do HCPA, Alexandre Araujo Pereira.
Balão e stent
Normalmente, a litotripsia é utilizada no sistema circulatório do coração e das pernas. Dessa vez, um cateter de apenas 23 milímetros foi introduzido na virilha da mulher de 75 anos.
O cateter foi guiado até o pescoço da idosa. Lá, ele emite ondas de choque que ajudam a quebrar as placas calcificadas.
Depois do balão, a equipe médica colocou um stent no local. O stent tem um formato tubular e mantém a artéria aberta para prevenir novos entupimentos.
Leia mais notícia boa
- Menino que fez 4 cirurgias no coração completa 10 anos e já pratica esportes favoritos
- Jovem com a pior dor do mundo passa por cirurgia: “foi um sucesso”, diz equipe
- Após derrame, Brian May, do Queen, anuncia que poderá tocar guitarra novamente
Rápida recuperação
O procedimento tem uma vantagem grande para além de prevenir a doença: a rápida recuperação do paciente!
Durante toda a cirurgia, a paciente ficou acordada. Ela estava anestesiada.
“Outra vantagem é que o pós-cirúrgico é mais rápido. Em 24 horas já foi possível dar alta para a paciente”, explicou Alexandre.
Usada internacionalmente
Apesar de a técnica ser nova no Brasil, já é muito usada nos Estados Unidos e na Europa.
“O uso pode beneficiar particularmente pacientes com placas extremamente calcificadas, nos quais o stent pode não se adaptar adequadamente ao vaso”, aumentando a chance de complicações”, explicou o Chefe do Serviço de Cirurgia Vascular Periférica do HCPA, professor Marco Aurélio Grudtner.
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre é um hospital público universitário, vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Vai ciência!