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Novo remédio contra câncer de pulmão surpreende setor de biotecnologia; mais eficaz

Monique de Carvalho
06 / 03 / 2025 às 07 : 06
O ivonescimab se tornou o medicamento mais bem-sucedido da atualidade contra o câncer de pulmão. - Foto: Pixabay
O ivonescimab se tornou o medicamento mais bem-sucedido da atualidade contra o câncer de pulmão. - Foto: Pixabay

Um avanço inesperado trouxe mais esperança para pacientes oncológicos. O novo remédio, desenvolvido pela empresa chinesa Akeso, demonstrou resultados superiores ao Keytruda, da Merck, um dos tratamentos mais bem-sucedidos da atualidade contra o câncer de pulmão.

Em testes clínicos realizados na China, pacientes tratados com o ivonescimab conseguiram retardar o avanço da doença por 11,1 meses, em comparação com os 5,8 meses do Keytruda. Mais uma esperança surgindo!

Com a promessa de um tratamento mais eficaz, a novidade também impactou o setor de biotecnologia e o mercado financeiro. A Summit Therapeutics, parceira da Akeso na América do Norte e Europa, viu suas ações dobrarem de valor em setembro, refletindo a confiança dos investidores na potencialidade do novo medicamento.

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Ensaio global

Apesar dos avanços, no mercado internacional, a aprovação agora será um desafio.  A agência de saúde dos Estados Unidos, FDA (Food and Drug Administration), já rejeitou medicamentos chineses no passado por falhas na metodologia dos testes clínicos.

Para que o ivonescimab seja amplamente aceito fora da China, um ensaio global está programado para o final deste ano.

Se os resultados forem positivos, esse avanço pode consolidar a China como um dos principais polos de inovação na indústria farmacêutica mundial.

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O salto da biotecnologia chinesa

Por muitos anos, a indústria farmacêutica chinesa foi conhecida pela reprodução de medicamentos existentes.

Investidores e reguladores dos EUA chegaram a questionar anteriormente a qualidade dos dados de ensaios clínicos coletados na China.
“As pessoas sabiam que a indústria de biotecnologia estava crescendo muito rápido na China, mas muito poucas a viam como uma ameaça real aos principais inovadores dos EUA”, disse Rebecca Liang, analista farmacêutica da AB Bernstein.

Liang lembrou que a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA rejeitou medicamentos desenvolvidos no país no passado porque a configuração do ensaio “não era rigorosa o suficiente”.

No entanto, na última década, o setor tem se transformado, apostando em inovações que competem diretamente com as grandes farmacêuticas ocidentais.

Parcerias bilionárias com empresas internacionais têm impulsionado esse crescimento. A AstraZeneca, por exemplo, fechou um acordo de US$ 1,92 bilhão com o CSPC Pharmaceutical Group da China para desenvolver medicamentos cardiovasculares. A Merck também firmou uma parceria de US$ 2 bilhões com a Hansoh Pharmaceutical para avanços na área de emagrecimento.

Segundo a HSBC Qianhai Securities, o número de acordos de licenciamento na China cresceu de 46 em 2017 para mais de 200 no último ano, movimentando cerca de US$ 57 bilhões.

Em nome dos pacientes, agora é torcer para dar certo.

O novo remédio, desenvolvido pela empresa chinesa Akeso, demonstrou resultados superiores ao Keytruda, da Merck. - Foto: divulgação
O novo remédio, desenvolvido pela empresa chinesa Akeso, demonstrou resultados superiores ao Keytruda, da Merck. – Foto: divulgação
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