Em 2014 o SóNotíciaBoa mostrou a história do aposentado que havia plantado 16 mil árvores sozinho. Hoje, 4 anos depois, este número subiu para 25 mil.
Hélio da Silva, agora 67 anos, é administrador de empresas aposentado e ficou conhecido como “Plantador de Árvores”, na região do Parque Linear Tiquatira, na Zona Leste de São Paulo, onde põe a mão na terra desde 2013.
“Antes, havia lá umas 15 árvores de replantio apenas. Era uma área degradada, suja, cheia de entulhos, altamente frequentada por traficantes e usuários de drogas”, disse Hélio ao SãoPauloSão.
A recuperação da área motivou a Prefeitura de São Paulo a transformar o bosque no primeiro parque linear (no decurso de um rio) da capital paulista.
A instituição do parque levou Hélio a acelerar o ritmo.
Quanto mais gente e pássaros eram atraídos para a ilha verde em meio ao concreto, mais buracos Hélio cavava para novas mudas.
Amor verde
“As árvores são generosas, oferecem ar puro, ajudam a preservar as nascentes, dão frutos, atraem pássaros, embelezam com flores e contribuem para reduzir a temperatura em seu entorno e retêm 40% das chuvas torrenciais, evitando erosões”, diz, justificando seu fascínio pelas plantas.
Hoje, o parque de 320 mil metros quadrados está densamente arborizado.
Somente Hélio plantou 25.047 árvores no local, com sobrevida de 88% (nos cálculos dele).
São mais de 150 espécies da Mata Atlântica, o que inclui o ameaçado pau-brasil e também a araucária, símbolo do Paraná. Entre as árvores mais recorrentes estão jequitibás, aroeiras, ipês (floridos nesta época do ano) e embaúbas.
De acordo com Hélio, a cada 12 árvores plantadas por ele, uma é frutífera.
Araçás, amoras, frutas do conde, pêssegos do mato, jabuticabas, figueiras oferecem um verdadeiro banquete para sabiás, sanhaços, periquitos, maracanãs, maritacas, tico-ticos, saíras, entre outras 20 espécies de pássaros avistados, segundo a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.
Ajuda
“Atualmente, conto com duas pessoas, o Carlos e o Waldemar, que me ajudam há dois anos. Nesses quase 15 anos, algumas pessoas me apoiaram, mas foram ficando pelo caminho. Em São Paulo, o vizinho é um anônimo, e a maioria das pessoas quer saber apenas de seus problemas particulares”, lamenta.
Por muitos anos, Hélio via o dinheiro tirado do próprio bolso para a aquisição de adubo e mudas ir para o ralo com a devastação das árvores pelos vândalos. Segundo ele, todas as suas primeiras 200 árvores foram totalmente destruídas por vândalos.
Mas isso não impede Hélio de prosseguir em sua missão. Ele já tem nova meta.
“Vou dedicar todo o tempo restante da minha vida a isso. Quero chegar, no mínimo, a 50 mil árvores como legado para as futuras gerações”, diz o empresário, pai de três filhos e avô de três netos.
Com informações da SãoPauloSão