O estrangeiro que for à França vai se deparar com uma surpresa nos restaurantes e lanchonetes do tipo fast food: copos, pratos e talheres de material reutilizável e lavável. É a nova ordem no país para reduzir os dados à natureza e incentivar o desenvolvimento sustentável.
Daqui para frente os cerca de 30 mil restaurantes e lanchonetes franceses que vendem 6 bilhões de refeições rápidas no país, por ano, não podem mais oferecer aos clientes embalagens, copos, pratos e talheres descartáveis.
Pela lei que bane descartáveis, é preciso estar à disposição dos clientes embalagens, copos, pratos e talheres cujo material seja usado e lavado novamente.
Campanhas
As empresas intensificaram as campanhas de conscientização para informar que nada deve ser jogado no lixo.
Com a medida, houve uma série de iniciativas inovadoras, como start-ups Repulp e AlgoBlend que buscam desenvolver utensílios sustentáveis e ecologicamente responsáveis feitos de materiais orgânicos, como algas marinhas ou cascas de frutas cítricas.
Na França, o cálculo é que cerca de 180 mil toneladas de resíduos deixem de ser descartados.
Adaptação
A medida vale desde 1º de janeiro. Nos últimos dias, o comércio trabalha intensamente para se adaptar à lei. Houve muitas críticas dos comercianets.
Os responsáveis por redes de fast food afirma que vão gastar mais com energia e água para lavar as embalagens, pratos, copos e talheres reutilizáveis.
A European Paper Packaging Alliance (EPPA), associação que reúne os fabricantes de embalagens de papel, afirmou que a taxa de reciclagem dos produtos até então usados passava de 80%.
Plano
Após ser sede da Conferência das Nações Unidas pelas Mudanças Climáticas (COP21), em 2015, a França lançou o plano nacional Plano de Transição Energética para o Crescimento Verde (em francês, La Transition Énergétique pour la Croissance Verte).
Neste plano, o país se compromete a uma série de metas, como diminuir a emissão de gases de efeito estufa (aqueles que provocam o aquecimento da superfície da Terra) em 40% até 2030 (em relação aos índices de 1990).
Também diminuir, até 2050, em 50% o uso de energia do consumidor final, comparados aos números de 2012, e 30% a dependência nos combustíveis fósseis (gasolina, diesel e carvão)
Plástico
Especialistas afirmam que o plástico demora milhares de anos para se decompor na natureza. E para piorar, há mais de 50 tipos diferentes de plástico e, em geral, o material é despejado nos oceanos.
Para cientistas, até 2050, quase todas as aves marinhas terão plástico em seus organismos. Nem os pinguins da Antártica e albatrozes nascidos em ilhas e rochedos distantes do continente escaparão.
No Brasil, várias cidades vetam a distribuição gratuita de sacolas plásticas, Brasília (DF) e São Paulo, capital. O mesmo ocorre em países como Inglaterra, Irlanda, Escócia, Dinamarca, Alemanha, Portugal e Hungria. A ideia é cobrar por estas sacolas numa tentativa de mudar o comportamento dos consumidores.
Com informações da RFI e Fondationdelamer