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Jovem da periferia quer criar biblioteca comunitária para transformar a vida de crianças com a leitura. Doe na vaquinha

Monique de Carvalho
11 / 04 / 2025 às 07 : 45
Jeane é uma jovem da periferia de Guarujá (SP) e sonha em criar uma biblioteca comunitária para mais de 300 crianças carentes. - Foto: arquivo pessoal
Jeane é uma jovem da periferia de Guarujá (SP) e sonha em criar uma biblioteca comunitária para mais de 300 crianças carentes. - Foto: arquivo pessoal

Olha que ideia linda e que pode mudar a vida de mais de 300 crianças!  A Jeane tem 37 anos e mora praticamente a vida inteira no Morro Bela Vista, na periferia do Guarujá, litoral de São Paulo. Ela sabe, como poucos, dos problemas que moradores de comunidades enfrentam e um dos maiores é sobre educação. Nasceu aí o desejo de criar uma biblioteca comunitária no local.

Mãe do pequeno Théo, de 8 anos, ela teve uma vida marcada por desafios e superações e sempre superava cada um deles através de livros. Agora, ela quer realizar um sonho antigo: criar a primeira biblioteca da região onde vive, com livros que representem as crianças da periferia, com histórias que elas possam se enxergar.

Mesmo enfrentando crises de depressão, dificuldades financeiras, deslizamentos de terra e o racismo contra o próprio filho na escola, ela seguiu em frente com este propósito único: lutar pelos seus e pelos da comunidade onde mora.

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Desafios

Jeane nasceu na cidade de Itagi, no interior da Bahia, mas mudou-se ainda criança para São Paulo com a mãe e as irmãs, em busca de melhores oportunidades. A vida na periferia não foi fácil, mas desde cedo ela aprendeu que estudar era a melhor forma de transformar a realidade.

A ideia surgiu de um desejo profundo de retribuir o que a leitura fez por ela. Quando tinha 11 anos, ainda recém-chegada da Bahia, ganhou um exemplar usado de “O Pequeno Príncipe”. Desde então, Jeane nunca mais deixou de acreditar no poder transformador da educação.

Com apenas 11 anos, venceu um concurso de redação na escola. Aos 18, formou-se no magistério. Mais tarde, com muito esforço, conquistou uma bolsa integral para cursar Letras e começou a trabalhar no serviço público, atuando diretamente com a comunidade.

Foram quase dez anos servindo como Agente Comunitária de Saúde no Morro Bela Vista. Foi nesse tempo que ela viu de perto as dores e os desafios da periferia — e sentiu, ainda mais forte, o desejo de fazer algo que fosse além do trabalho.

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“Poder Preto Kids”

Em 2019, depois de deixar o funcionalismo público por questões de saúde, Jeane criou o projeto “Poder Preto Kids”. O objetivo era levar autoestima, saúde emocional e acolhimento para crianças negras da periferia. O projeto começou pequeno — no primeiro ano, apadrinhou apenas uma criança no Natal — mas cresceu com o tempo.

Em 2021, mesmo enfrentando episódios de depressão, problemas familiares e o luto por conta de um deslizamento de terra que abalou a comunidade, ela conseguiu apadrinhar 200 crianças. Tudo com o apoio de parceiros como a psicóloga Elizabete e a educadora Silmara, ambas da capital paulista.

Nos últimos anos, o projeto realizou ações nas escolas, workshops sobre sentimentos, rodas de leitura e apresentações com foco no protagonismo negro. E foi assim que Jeane também se tornou escritora — lançou dois livros, um deles voltado para o público infantojuvenil, chamado “Um Colo de Amor”, que fala sobre emoções de forma acessível para crianças.

Uma biblioteca feita com amor

Hoje, Jeane tem em casa mais de 60 livros infantis e juvenis, muitos deles com histórias protagonizadas por crianças negras. Ela quer que essa coleção seja o ponto de partida para uma biblioteca comunitária. “Meu sonho é que as crianças daqui possam ver seus rostos, suas histórias, suas famílias dentro dos livros”, conta.

Ela acredita que abrir uma biblioteca no Morro Bela Vista pode mudar o rumo de muitas infâncias — assim como a leitura mudou a dela. A ideia é transformar um espaço simples em um lugar de escuta, aprendizado, encontros e descobertas.

Sem apoio financeiro no momento, Jeane segue batalhando para tornar o projeto realidade. Em dezembro do ano passado, com ajuda da Fundação Fenômenos, levou 70 crianças ao Parque da Mônica, em São Paulo. Agora, espera que até o fim de 2025 consiga não apenas apadrinhar 300 crianças no Natal, mas também inaugurar sua tão sonhada biblioteca.

Ajude

Jeane sonha grande, mas sempre com os pés fincados na comunidade. “Tenho ambições individuais, mas nenhuma delas é maior do que as minhas ambições coletivas”, afirma. Ela quer mostrar que a periferia também pode ser um lugar de sonhos realizados, de educação potente e de futuros brilhantes.

Para isso, ela conta com o apoio de quem acredita na força da leitura, da infância e do amor em forma de cuidado. Toda ajuda — seja com livros, apoio financeiro ou divulgação — é bem-vinda.

A biblioteca já tem nome: Sementes de Carolina de Jesus. Agora podemos tornar esse projeto realidade

Porque, às vezes, tudo que uma criança precisa é de um livro, um olhar e um colo de amor.

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