Um novo exame tem chamado a atenção de profissionais de saúde porque poderá ajudar a prevenir o Alzheimer 10 anos antes e melhorar a qualidade de vida de milhares de pacientes, que têm predisposição para a doença.
O estudo foi realizado por pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, utilizando amostras de sangue do paciente.
Toda a pesquisa foi publicada na revista Brain e mostra como biomarcadores no sangue indicam a ocorrência de alterações patológicas precoces em uma forma hereditária da doença.
Os pesquisadores perceberam que os pacientes já apresentam mudanças na proteína glial fibrilar ácida (GFAP) aproximadamente 10 anos antes do surgimento dos primeiros sintomas de Alzheimer.
“Elas foram seguidas por concentrações aumentadas de P-tau181 (proteína tau) e, posteriormente, NfL (proteína leve de neurofilamento), que, já sabemos, estão diretamente associadas à extensão do dano neuronal no cérebro de Alzheimer”, detalha Caroline Graff, uma das autoras do estudo e professora do Departamento de Neurobiologia, Ciências e Sociedade do Cuidado do instituto sueco.
Como é hoje
Segundo a Alzheimer’s Disease International (ADI), 35,6 milhões de pessoas têm o diagnostico do distúrbio. Só que hoje, essa identificação ocorre apenas após os primeiros sintomas, quando a doença já está em um estágio mais avançado.
Com a chegada do novo exame, será possível descobrir precocemente esse processo neurodegenerativo e, consequentemente, iniciar o tratamento, evitando uma série de efeitos colaterais. Um grande avanço para a Medicina!
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Os testes
A pesquisa avaliou um grupo com 164 amostras de plasma sanguíneo de 33 pessoas com uma mutação que aumenta a vulnerabilidade ao Alzheimer e 42 parentes sem a predisposição patogênica herdada.
Os dados foram coletados entre 1994 e 2018, e a análise indicou “mudanças claras” de várias concentrações de proteínas sanguíneas nos portadores da mutação uma década antes do surgimento dos sintomas.
Avaliando os resultados do grupo de voluntário, os pesquisadores atestaram que os resultados são promissores para o desenvolvimento de novas abordagens contra a doença.
“No futuro, os resultados do estudo poderão ser usados como um biomarcador não invasivo para a ativação precoce de células imunes, como astrócitos no sistema nervoso central, o que poderá ser valioso para o desenvolvimento de novos medicamentos e para o diagnóstico de doenças cognitivas”, avalia Charlotte Johansson, integrante do grupo de pesquisadores.
Com informações de Instituto Karolinska