Cientistas brasileiros e de mais 14 países testam um novo remédio contra a esquizofrenia. A nova medicação promete mudar melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com alucinações provocadas pelo transtorno.
A esquizofrenia é um transtorno mental que provoca pensamentos delirantes, perda da memória e da aprendizagem, além de um comportamento fora do padrão e desorganização mental.
E um grupo de pesquisadores, em Curitiba (Paraná), testa um novo medicamento, capaz de melhorar a parte cognitiva dos doentes.
Terceira fase de testes
Os cientistas que atuam no Centro de Pesquisas TrialTech, da capital paranaense, entraram na terceira fase de testes do medicamento. A expectativa é que se, tudo correr bem, até 2026, a medicação esteja disponível para comercialização.
Para o médico psiquiatra Luís Fernando Petry, um dos coordenadores do projeto, as medicações existentes apenas controlam surtos, delírios e alucinações, sintomas da doença. Porém, mesmo sob uso de remédios, a memória e aprendizagem se perdem com o passar dos anos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a esquizofrenia é um transtorno mental grave que atinge cerca de 21 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, são 2 milhões de pessoas com este diagnóstico.
Desafios do remédio
De acordo com Petry, o desafio é desenvolver uma medicação que consiga também bloquear essa perda cognitiva. A mais nova aposta da ciência envolve pesquisadores de 15 países, incluindo o Brasil.
O medicamento, em fase 3, é testado em voluntários. No ano passado, o centro de pesquisas pediu a colaboração da sociedade para que mais pessoas participassem dos testes. Deveriam ser homens e mulheres com idades entre 18 a 5o anos com diagnóstico de esquizofrenia.
“Tecnicamente [o medicamento] deve melhorar a parte cognitiva dos pacientes, mais ou menos como se ele otimizasse os circuitos neurais responsáveis por essa parte cognitiva”, afirmou Petry.
Para o pesquisador, o esforço é para buscar despertar o cérebro: “Como se a gente estivesse tentando acordar o cérebro, fazer o cérebro voltar a funcionar como era, como funcionava antes da doença começar”.
Segurança do remédio
O passo seguinte será avaliar a segurança e eficácia do novo medicamento, em seguida virá a análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A expectativa é que até 2016 a medicação esteja disponível para comercialização.
Em Curitiba, Cainã é voluntário e participa da pesquisa: “Tô acreditando, tô investindo nesse medicamento, tomara que tudo dê certo, né?”.
Para a família de Cainã, a medicação pode ser o passaporte para uma vida melhor. “É a luz que toda mãe vê no fim do túnel. Ver o teu filho vivendo a vida como a gente quer que eles vivam, com as intempéries, mas também com os sucessos que eles têm que experimentar”, afirmou a mãe.
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A pesquisa no Brasil
Com a medicação, os cientistas esperam verificar os benefícios nos sintomas cognitivos da esquizofrenia, que compreendem: dificuldades de atenção; prejuízo de memória; problemas no planejamento e execução das atividades cotidianas; e lentidão nos processos mentais como um todo.
A pesquisa terá duração de 18 meses e, durante esse período, os pacientes receberão a medicação sem custo. Ao final do processo, os pesquisadores avaliarão o funcionamento do remédio e o quadro de melhora dos sintomas.
Os voluntários participarão de um tratamento com uso de um medicamento, em um protocolo que adiciona uma substância ao tratamento usual dos pacientes. Durante o período estipulado para a pesquisa serão agendadas visitas gratuitas à clínica.
Mais informações pelo WhatsApp: (41) 99206 1583.
Com informações do Nosso Dia e Fantástico