Ajudar: não importa quem ou como! Sobrevivente do terremoto na Síria, uma brasileira de 43 anos, moradora de Aleppo, na Síria, decidiu ficar por lá e unir todos os esforços para ajudar os mais necessitados, após os tremores de terra no país. A história de Ana Patrícia Maluf emociona pela empatia e caridade que ela teve ao oferecer ajuda humanitária a outras vítimas.
Para Ana Patrícia, ajudar o próximo é o que a motiva. “A fé e a esperança são valores que nos unem independentemente de serem cristãos ou muçulmanos”, afirmou ela, que passou pelo desespero de conseguir se salvar em meio a desabamentos e muito sufocos causados pelos terremotos que atingiram o país, no último dia 6.
A brasileira verificou quais eram as necessidades básicas dos sobreviventes e decidiu fazer campanhas para arrecadar comida, água potável, roupas e itens essenciais. Ela também ajudou na preparação e logística de alimentos para os necessitados, principalmente idosos. A estimativa é que mais de 42 mil pessoas morreram na região em consequência dos tremores de terra.
Missionária
Nascida em São Carlos, no interior de São Paulo, Ana Patrícia vive no país árabe desde 2020. Católica e decidida a ajudar o país onde mora há mais de 12 anos em guerra, ela rumou como missionária para a Síria.
Assim como outros missionários, Ana Patrícia ajudou a construir uma escola na cidade de Aleppo, onde atuou como diretora pedagógica.
No trabalho, a brasileira desenvolveu trabalhos com a primeira infância e atende mais de 70 crianças para que as mães possam trabalhar.
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Cenário difícil
Em guerra civil desde 2011, a Síria é um país em permanente ebulição: a tensão e o medo estão por toda parte repercutindo também na área econômica e social. O governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, no poder desde 2000, é alvo de sanções econômicas, impedindo a população a ter acesso aos itens mais básicos.
Ana Patrícia disse que a situação é crítica em diversos aspectos e faltam material e suprimentos para ajudar as vítimas. “Para fazer o resgate, até há poucos dias estavam escavando com as próprias mãos, por falta de maquinário”, relata.
A forma precária das instalações da localidade só tem dificultado o trabalho, de acordo com a brasileira.
Relembrando os momentos de terror em meio ao terremoto, a brasileira contou o que fez para se manter segura. “Nos escondemos embaixo de uma mesa, os tremores duraram cerca de dois minutos”, relatou.
Com mais três brasileiros, Ana Patrícia esperou os tremores passarem para sair na rua à procura de abrigo. Felizmente, o prédio em que mora não sofreu maiores danos e ela não perdeu nenhum amigo ou familiar na tragédia.
No entanto, a calamidade afetou outras áreas deixando a cidade como um terreno arrasado. “Ainda hoje há algumas que têm dormido nas ruas, usando plástico como cobertor, tentando se aquecer.”
Agora, a preocupação da brasileira é reverter o quadro e ajudar o máximo de vítimas possível, além de prestar atendimento psicológico para os moradores de Aleppo.
Com informações de A Cidade On e O Tempo.