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Agora médica, filha de gari ajuda o pai com primeiro salário
22 de agosto de 2016
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Aline afirma que conseguiu se formar em medicina graças ao apoio do pai (Foto: Reprodução/Studio Onze)|Aline agradece ao pai
Aline afirma que conseguiu se formar em medicina graças ao apoio do pai (Foto: Reprodução/Studio Onze)|Aline agradece ao pai

Lembra da história do gari que formou a filha em medicina sozinho, que contamos aqui no SóNotíciaBoa no ano passado?

Agora a filha, que se tornou doutora Aline de Castro Pereira, recebeu seu primeiro salário e correu para ajudar o pai, o gari Tales Pereira, de 63 anos.

“Quando eu recebi meu primeiro salário liguei para ele, eu fiquei chorando e ele emocionado também. Já fui ajudando, já coloquei um portão eletrônico na casa, pedi para ele deixar eu pagar algumas coisas aqui. No começo ele não queria deixar, mas fui convencendo. Primeira coisa que eu fiz foi comprar uma rede para ele, o primeiro presente foi esse”, lembrou.

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Vendo a filha feliz no trabalho, e reconhecendo o esforço dele para que ela chegasse onde está, Tales comentou que também se sente realizado por vê-la concretizando seu sonho.

“Eu sinto orgulho dela. Quando ela estiver precisando e eu estiver com vida, mesmo depois de casada, eu vou estar lá ainda para o que ela precisar. Pai não cria filho pra si. Ela diz que eu não vou ficar sozinho não. Quando ela conseguir comprar algum imóvel, vai me levar para morar do lado dela”, afirmou.

Aline reforça que faz questão que ele a acompanhe sempre. “Ele fala que não vai morar em apartamento, mas quando eu tiver o meu vou comprar um pra ele em baixo ou em cima do meu”, contou.

Apoio em tudo

Mais do que o suporte financeiro para manter o colégio e depois a faculdade, ela destaca que o pai sempre foi seu principal companheiro.

“Ele é o meu melhor amigo, a pessoa que me incentivou a continuar todas as vezes que eu pensei em desistir. Não conseguiria sem ele”, afirmou.

Depois dos seis anos de curso, Aline agora faz residência em clínica médica e, em seguida, vai se especializar em gastroenteorologia.

“Não me vejo fazendo outra coisa, se eu tivesse feito outro curso, não sei se estaria plenamente feliz como estou hoje. Eu estou começando a viver agora o dia a dia da profissão e é muito gratificante ver o paciente melhorar, ver que você pode fazer a diferença na vida de alguém”, pontuou.

Sonho

A jovem conta que sempre sonhou em ser médica, desde antes de a mãe ser diagnosticada com câncer no estômago e morrer por causa da doença, quando tinha ainda 35 anos.

O pai assumiu os cuidados da filha, com 9 anos na época, com ajuda de parentes e decidiu mantê-la na escola particular na qual a mãe havia matriculado para que ela tivesse uma boa base de estudos.

“Quando ela começou a estudar, a minha esposa colocou ela no jardim em um colégio particular. A mãe dela adoeceu, faleceu e eu não tirei. Era uma escola boa, católica e ela ficou lá até o final do ensino médio, então ela teve uma base boa. Ela é guerreira”, disse Tales.

Com informações do G1

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