Pesquisadores do Instituto de Ciências Básicas da Coreia do Sul desenvolveram uma técnica capaz de criar diamantes artificiais mais rápido e sob baixa pressão – diferente dos métodos atuais de cultivo em laboratório, que podem levar vários meses.
O método envolve uma mistura de metais líquidos que em apenas 15 minutos consegue criar fragmentos de cristais de diamante. Depois de duas horas e meia já é possível ter uma camada contínua do cristal.
Apesar da descoberta significativa, os cristais são pequenos. Medem apenas 100 nanômetros, semelhante ao tamanho de um vírus. Agora, os pesquisadores planejam incorporar outros metais líquidos para produzir pedras maiores e, se bem-sucedido, o método pode ser usado para aumentar a produção em larga escala.
Como funciona o processo
O estudo foi publicado na revista Nature e ainda está em estágios iniciais.
O método envolve uma mistura de silício e uma série de metais com gases de carbono sob temperatura aquecida a uma temperatura de 1.025°C – 500°C abaixo do é usado hoje para criar diamentes em laboratório.
Depois, eles resfriam o metal enquanto o expõem a uma mistura de gás metano e hidrogênio.
Os átomos de carbono do gás metano se infiltram no metal derretido e se tornam sementes para os diamantes.
Mas o que isso significa para a indústria de joias?
Com a produção de diamantes sintéticos se tornando mais fácil e acessível, os consumidores estão optando cada vez mais por essas pedras em vez das naturais.
Pedras cultivadas em laboratório são mais baratas, maiores e sustentáveis, o que atrai especialmente os consumidores mais jovens.
Com 13,5% das joias com diamantes vendidas nos EUA no primeiro trimestre de 2024 sendo feitas com pedras cultivadas em laboratório, o mercado está claramente em uma fase de transição.
Pandora aposta na tendência
Empresas como a Pandora estão apostando nessa tendência e já contam com diamantes sintéticos nas coleções.
Enquanto isso, gigantes como a De Beers – empresa multinacional de mineração e comercialização de diamantes – enfrentam uma queda nas vendas dos cristais naturais.
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Processo de um diamente natural
Os diamantes naturais são formados ao longo de milhões de anos sob condições extremas de pressão e temperatura no interior da Terra.
O carbono é submetido a essas condições em profundidades de cerca de 150 quilômetros ou mais, onde se cristaliza em estruturas de diamante.
Com o movimento tectônico e erupções vulcânicas, os diamantes são trazidos à superfície.
A partir daí, podem ser encontrados em depósitos aluviais, em leitos de rios ou em quimberlitos – uma rocha ígnea que pode conter diamantes.
O futuro dos diamantes é sintético?
A resposta ainda não está clara.
Embora os diamantes cultivados em laboratório estejam ganhando popularidade, as pedras naturais ainda têm um lugar especial no coração dos consumidores.
A verdade é que o mercado de joias está passando por uma transformação, e apenas o tempo dirá qual será o papel dos diamantes sintéticos nesse cenário.
“O tempo dirá em termos de escalabilidade e custo”, acrescentou o físico-químico e líder do estudo Rodney Ruoff.
Com informações do Fortune.